segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dilma, Patriota, Lorca e Jara

DILMA, PATRIOTA, LORCA E VICTOR JARA 

Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota estão entre as pessoas que lembram com tristeza o episódio da Guerra Civil Espanhola em que os franquistas fuzilaram o poeta Federico García Lorca. Ele tinha 38 anos. Ou ainda a execução do cantor chileno Victor Jara, em 1973, no Estádio Nacional de Santiago, depois do golpe do general Pinochet. Nos dois casos, a diplomacia brasileira ficou do lado dos assassinos.
Nenhum dos dois acreditaria se Madame Sesostris, uma famosa vidente, lhes dissesse que o destino poderia lhes reservar o mesmo papel. O governo brasileiro dá um discreto apoio ao ditador sírio Bashar al Assad que, em quatro meses de repressão, matou cerca de 1.500 pessoas.
Os manifestantes sírios cantam um hino que, numa tradução livre, chama-se "Pede pra Sair, Basher". O autor da canção seria Ibrahim Qashoush, cujo corpo, degolado, foi achado num rio no início do mês. O repórter Anthony Shadid ressalva que, como muitas histórias vindas da Síria, não se pode garantir que o morto seja o da "andorinha da Revolução".
No dia 20, o vice-ministro sírio Fayssal Mikdad passou por Brasília, esteve com Patriota e permitiu-se o seguinte relato:
"O ministro Patriota expressou como seu país aprecia as reformas do presidente Assad, indicando que o diálogo político é a melhor forma para resolver os problemas".



Trecho da coluna de Elio Gaspari, na Folha de São Paulo, de 24 de julho de 2011

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