quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Relatório da Ouvidoria da Segurança Pública conclui que houve excesso na atuação policial no caso do tatu-bola


Relatório da Ouvidoria da Segurança Pública conclui que houve excesso na atuação policial no caso do tatu-bola

Manifestantes que desinflaram boneco da Coca-Cola foram agredidos no início de outubro

A Ouvidoria da Segurança Pública do Estado concluiu nesta quarta-feira que houve excesso na ação de parte dos policiais e dos guardas municipais durante o confronto no largo Glênio Peres, no dia 4 de outubro.
O entendimento é baseado no depoimento de cerca de 30 pessoas que procuraram a ouvidoria para relatar os acontecimentos na noite em que a polícia entrou em confronto com manifestantes que desinflaram um tatu-bola da Coca-Cola, símbolo da Copa de 2014.
Além dos depoimentos, foram reunidos boletins de ocorrência, fotografias, vídeos e boletins de atendimento médico que foram levados à ouvidoria por manifestantes.
— Fizemos uma análise de toda essa documentação. O relatório faz uma síntese, para o governador, dos fatos que chegaram ao nosso conhecimento. Isso vai encorpar os processos investigatórios dentro do inquérito policial — explica a ouvidora Patrícia Couto.
Os documentos têm caráter indicativo e devem ser incorporados aos processos aos inquéritos policiais em andamento. De 28 e-mails recebidos pela ouvidoria, apenas dois repudiaram a atuação dos manifestantes e consideraram a atuação da polícia adequada e proporcional.
Segundo Patrícia, chama a atenção o grande número de mulheres que fizeram registro e a maneira como foram tratadas pelos policiais, com termos pejorativos.
— Também chama a atenção o relato de policiais que perseguiram os manifestantes pelas ruas no entorno do largo. Isso é muito grave, porque mostra que a ideia não era só cessar a manifestação. O que fica evidenciado nos relatos é que houve uma perseguição, uma espécie de punição e de castigo por estar ali. E também uma desproporção na atuação policial, com cerca de dois policias para cada manifestantes — afirma Patrícia.
A conclusão da ouvidoria não substitui os inquéritos que investigam o caso. O órgão é um canal de acesso da população ao inquérito policial e tem atuação de fiscalização e monitoramento das forças de segurança.

Notícia publicada no sítio do jornal Zero Hora

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