segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O rei espanhol Juan Carlos vive tempos difíceis em meio a polêmicas sobre filhos ilegítimos

O rei da Espanha Juan Carlos 1º sempre teve uma reputação de rabo-de-saia, a imagem de um sedutor incorrigível, ou até de vítima de seu charme irresistível... Sua conhecida infidelidade, e todas as conotações em matéria de virilidade e de testosterona abundante que a acompanham, é quase um orgulho nacional, e poderá se somar à longa lista de notícias negativas que lhe foram dedicadas este ano.

O tabloide alemão “Bild” divulgou, na sexta-feira (5), possíveis ameaças que pesam sobre a sucessão ao trono da Espanha, relatando a história, publicada pelo site de notícias espanhol “Vanitatis”, de dois supostos filhos naturais do rei, sendo que um, nascido antes do príncipe Felipe, poderia até mesmo aspirar à coroa.

Em Barcelona, Albert Sola reivindica desde os anos 1990 sua filiação real. Uma estranha menção a uma “chupete verde”, figura na certidão de nascimento desse garçom de 56 anos, adotado em 1964 por uma família catalã. Albert Sola distingue ali uma espécie de código que significaria que ele tem “sangue azul”. Depois de contratar detetives, ele teria assim descoberto que seria fruto de um breve caso entre a filha de um banqueiro catalão e Juan Carlos de Borbón, então estudante solteiro de 18 anos.   


Em Gand, na Bélgica, Ingrid Sartiau, dona-de-casa de, 46,  também diz ser filha ilegítima de Juan Carlos. Sua mãe garante ter tido um caso com o rei, já casado, durante uma viagem deste último a Luxemburgo. Foi fazendo pesquisas na internet que Ingrid Sartiau encontrou a história daquele que poderia ser seu meio-irmão e entrou em contato com ele. Ambos realizaram um teste de DNA: a probabilidade de que eles sejam irmãos é de 91%.

Em junho, eles intimaram a Casa Real a obter do monarca um teste de paternidade. O prazo expirava no dia 2 de outubro, a instituição monárquica praticamente não lhes deu crédito. E os dois decidiram fazer sua requisição perante o juizado de famílias em Madri.
 

Desculpas públicas

Decididamente, o rei da Espanha está vivendo momentos difíceis em seus 74 anos. Desde o outono de 2011, seu genro Inaki Urdangarin se encontra no centro de uma investigação judicial sobre uma ampla rede de corrupção que poderá manchar sua filha, a infanta Elena. Em abril, enquanto o país sofria com a fúria dos mercados, sua viagem a Botsuana para caçar elefantes provocou grande polêmica, que o obrigou a apresentar desculpas públicas – algo inédito na história da monarquia.
Desde então, o rei parecia decidido a reconquistar o coração dos espanhóis, exercendo com assiduidade seu papel de melhor embaixador comercial do país, viajando pela Rússia, América Latina ou pelos países do Golfo para exaltar os méritos das empresas espanholas. Mas no dia 28 de setembro ele novamente se tornou alvo de críticas depois de um artigo do “New York Times” que questionava a origem e a extensão da fortuna do monarca, estimada pelo jornal em 1,8 bilhão de euros.

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