A Finlândia poderia facilmente passar por uma pequena Alemanha. Assim como a Alemanha, esse país faz parte dos Estados ainda classificados como “AAA”, a nota máxima que qualifica as finanças públicas impecáveis.
Assim como a Alemanha, o país é impregnado desse rigor luterano tão estranho aos latinos da Europa do Sul. Assim como os alemães, os finlandeses não aceitam que seus contribuintes paguem pelos erros políticos e econômicos de outros países. E, assim como a Alemanha, a Finlândia acredita que a solução da crise requer antes de tudo mais disciplina orçamentária. O clichê é esse. Mas, se existe um eixo “finlandês-alemão” na maneira de analisar a crise do euro, a Finlândia rejeita as associações.
Criar uma fronteira entre os países do Norte e do Sul da Europa, os credores e os devedores, os “bons” e os “malvados”, respectivamente os que estão de acordo ou não com Berlim, irrita Helsinque. “O Muro de Berlim caiu. Nós nos livramos da cortina de ferro, não vamos reconstruir uma fronteira”, explica Alexander Stubb, ministro dos Assuntos Europeus. A mensagem é clara: o país é nórdico, não germânico. E a ideia alemã de uma “federação” entre Estados europeus desagrada. Na Finlândia, “mais Europa quer dizer mais responsabilidade nacional”, explica uma fonte próxima do Banco Central finlandês.
A Suécia, “a irmã mais velha”
“A Alemanha tem uma agenda europeia que a Finlândia não tem. Berlim sonha em fazer da Europa uma grande potência”, comenta André Noël Chaker, autor de uma obra sobre a Finlândia (“The Finnish Miracle”, Ed. Talentum, 2011).
Mas é no domínio da economia que a ruptura é mais visível. A Alemanha pode ser a maior potência europeia, mas não é um exemplo a ser seguido. “O modelo alemão, nós não queremos!”, decide Antti Rinne, líder do Pro, o sindicato do setor privado, denunciando os contratos precários, o trabalho de meio-período obrigatório e os salários inferiores a 5 euros por hora. A Finlândia prefere se inspirar em outro país: a Suécia, “a irmã mais velha” admirada e invejada. “Aqui, o sucesso sueco não é digerido”, segundo Chaker.
Mas é no domínio da economia que a ruptura é mais visível. A Alemanha pode ser a maior potência europeia, mas não é um exemplo a ser seguido. “O modelo alemão, nós não queremos!”, decide Antti Rinne, líder do Pro, o sindicato do setor privado, denunciando os contratos precários, o trabalho de meio-período obrigatório e os salários inferiores a 5 euros por hora. A Finlândia prefere se inspirar em outro país: a Suécia, “a irmã mais velha” admirada e invejada. “Aqui, o sucesso sueco não é digerido”, segundo Chaker.
Texto de Claire Gatinois, para o Le Monde, reproduzido no UOL. Tradução de Lana Lim.
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