Chanceler israelense ameaça derrubar Abbas caso Palestina obtenha reconhecimento na ONU
Para ultraconservador Avigdor Lieberman, Israel se veria obrigada a abandonar acordos de paz de Oslo
O ministro de Relações Exteriores de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, ameaça derrubar o governo do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, e cancelar os acordos de paz de Oslo, assinados em 1993, caso a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheça a Palestina como estado não-membro da entidade.
A possibilidade de derrubar Abbas foi revelada em documento proveniente do gabinete do ministro e distribuído à imprensa. “Apesar do risco dessa iniciativa, considerando as implicações que Israel teria de lidar, a única opção diante de tal cenário [o reconhecimento da ONU] seria a derrubada do governo Abbas”.
O documento afirma ainda que qualquer “atitude mais suave ou conteção” acarretaria na admissão de que Israel seria incapaz de lidar com o desafio da ONU e “sinalizaria levantar a bandeira branca”.
“A possibilidade de a ONU reconhecer um Estado Palestino de acordo com um processo unilateral destruiria a dissuasão israelense e prejudicaria sua credibilidade”, afirmou o documento.
Ainda sugere que Israel ofereça uma alternativa aos palestinos: abandonar a demanda na ONU em troca de negociar com a ANP um estado palestino com fronteiras provisórias – sem data fixa para fixação de fronteiras permanentes.
Acordos
A possibilidade de cancelamento dos acordos foi comunicado pelo premiê à chefe de diplomacia da União Europeia, a britânica Catherine Ashton, em um encontro ocorrido nesta quarta-feira (14/11), em Jerusalém. Segundo o chanceler, “uma ação como essa [a demanda palestina através da ONU] seria uma violação de todos os acordos assinados [entre as duas partes] até hoje (...) Israel não estaria mais comprometido com os acordos assinados com os palestinos nos últimos 18 anos”.
A possibilidade de derrubar Abbas foi revelada em documento proveniente do gabinete do ministro e distribuído à imprensa. “Apesar do risco dessa iniciativa, considerando as implicações que Israel teria de lidar, a única opção diante de tal cenário [o reconhecimento da ONU] seria a derrubada do governo Abbas”.
O documento afirma ainda que qualquer “atitude mais suave ou conteção” acarretaria na admissão de que Israel seria incapaz de lidar com o desafio da ONU e “sinalizaria levantar a bandeira branca”.
“A possibilidade de a ONU reconhecer um Estado Palestino de acordo com um processo unilateral destruiria a dissuasão israelense e prejudicaria sua credibilidade”, afirmou o documento.
Ainda sugere que Israel ofereça uma alternativa aos palestinos: abandonar a demanda na ONU em troca de negociar com a ANP um estado palestino com fronteiras provisórias – sem data fixa para fixação de fronteiras permanentes.
Acordos
A possibilidade de cancelamento dos acordos foi comunicado pelo premiê à chefe de diplomacia da União Europeia, a britânica Catherine Ashton, em um encontro ocorrido nesta quarta-feira (14/11), em Jerusalém. Segundo o chanceler, “uma ação como essa [a demanda palestina através da ONU] seria uma violação de todos os acordos assinados [entre as duas partes] até hoje (...) Israel não estaria mais comprometido com os acordos assinados com os palestinos nos últimos 18 anos”.
O governo israelense considera a tentativa de reconhecimento palestino uma violação grave e orientou todos os seus embaixadores a fazerem o que fosse possível para evitar que o país sofra uma derrota na Assembleia.
Lior Ben Dor, um porta-voz das Relações Exteriores, explicou que esse Ministério enviou um telegrama há poucos dias a todos seus embaixadores pedindo-lhes que transmitam a posição de que "se os palestinos assumirem esta medida unilateral que contradiz os acordos de Oslo assinados pelas duas partes, Israel também tomará medidas unilaterais".
A demanda palestina para reconhecimento na entidade será realizada no próximo dia 29, aniversário de 65 anos da assinatura do Plano de Partilha (1947) elaborado pela entidade, que planejava a criação de um estado judeu independente (Israel) e um vizinho destinado à população palestina.
"Oslo é um contrato e o respeito desse contrato depende da boa vontade das partes envolvidas. Se uma parte decide romper o contrato já não há acordo", declarou à Agência Efe um responsável israelense que pediu para não ser identificado e acrescentou que "uma coisa é um descumprimento, a outra é violar o marco fundamental" do pacto.
Ao seu entender, a estratégia palestina de pedir o reconhecimento na Assembleia Geral da ONU, que previsivelmente será realizada no próximo dia 29, contradiz dois aspectos fundamentais de Oslo: o pacto de que qualquer diferença entre as partes deve ser discutida de forma bilateral e não ser repassado a uma terceira parte e, por outro lado, a ordem estabelecida do processo.
"Oslo estabelece uma sequência de eventos: primeiro há negociações, depois um acordo e, então, o Estado palestino poderá pedir reconhecimento. No entanto, os palestinos buscam um atalho para evitar essa sequência necessária e obrigatória. Parece que a mensagem é que não é preciso negociar, não é preciso que haja acordo (de paz)", assegura o responsável.
"Se romperem o contrato, nós nos sentiremos livres para adotar qualquer medida que nos pareça adequada sem levar em conta o que estipula Oslo", advertiu.
De acordo com expectativas de especialistas, a demanda da ANP na ONU deverá ser aceita por grande maioria, apesar de pressões contrárias de Washington. Na prática, esse reconhecimento não dá poder de voto aos palestinos na entidade, mas deve possibilitá-los a processar o Estado israelense na Corte Internacional de Justiça ou no TPI (Tribunal Penal Internacional), ambas as entidades sediadas em Haia, na Holanda.
Lieberman estuda uma série ide represálias, incluindo a suspensão de permissões de trabalho e a interrupção do fornecimento de dinheiro proveniente de impostos recolhidos dos palestinos por Israel, que são destinados à Autoridade Palestina.
A iniciativa de Lieberman foi apoiada por uma série de ministros israelenses, que defendem a anexação de colônias localizadas em territórios reivindicados pelos palestinos. O ministro de Proteção Ambiental, Gilard Erdan, alertou aos outros países que as ameaças de Israel devem ser seriamente consideradas. “Nesse caso, Israel deveria também aproveitar a oportunidade e anunciar que anexará os assentamentos judeus na Cisjordânia”.
No entanto, um dos líderes da oposição, o deputado Ronnie Bar-On, do centrista Kadima, afirmou que as aeaças do governo são ridículas: “Alguém realmente acredita que os acordos de Oslo serão cancelados e , mais uma vez Israel iria governar uma população palestina gigantesca?”
Abbas afirmou na segunda-feira (12) que aceitará voltar a negociar com Israel após o reconhecimento internacional.
Lior Ben Dor, um porta-voz das Relações Exteriores, explicou que esse Ministério enviou um telegrama há poucos dias a todos seus embaixadores pedindo-lhes que transmitam a posição de que "se os palestinos assumirem esta medida unilateral que contradiz os acordos de Oslo assinados pelas duas partes, Israel também tomará medidas unilaterais".
A demanda palestina para reconhecimento na entidade será realizada no próximo dia 29, aniversário de 65 anos da assinatura do Plano de Partilha (1947) elaborado pela entidade, que planejava a criação de um estado judeu independente (Israel) e um vizinho destinado à população palestina.
"Oslo é um contrato e o respeito desse contrato depende da boa vontade das partes envolvidas. Se uma parte decide romper o contrato já não há acordo", declarou à Agência Efe um responsável israelense que pediu para não ser identificado e acrescentou que "uma coisa é um descumprimento, a outra é violar o marco fundamental" do pacto.
Ao seu entender, a estratégia palestina de pedir o reconhecimento na Assembleia Geral da ONU, que previsivelmente será realizada no próximo dia 29, contradiz dois aspectos fundamentais de Oslo: o pacto de que qualquer diferença entre as partes deve ser discutida de forma bilateral e não ser repassado a uma terceira parte e, por outro lado, a ordem estabelecida do processo.
"Oslo estabelece uma sequência de eventos: primeiro há negociações, depois um acordo e, então, o Estado palestino poderá pedir reconhecimento. No entanto, os palestinos buscam um atalho para evitar essa sequência necessária e obrigatória. Parece que a mensagem é que não é preciso negociar, não é preciso que haja acordo (de paz)", assegura o responsável.
"Se romperem o contrato, nós nos sentiremos livres para adotar qualquer medida que nos pareça adequada sem levar em conta o que estipula Oslo", advertiu.
De acordo com expectativas de especialistas, a demanda da ANP na ONU deverá ser aceita por grande maioria, apesar de pressões contrárias de Washington. Na prática, esse reconhecimento não dá poder de voto aos palestinos na entidade, mas deve possibilitá-los a processar o Estado israelense na Corte Internacional de Justiça ou no TPI (Tribunal Penal Internacional), ambas as entidades sediadas em Haia, na Holanda.
Lieberman estuda uma série ide represálias, incluindo a suspensão de permissões de trabalho e a interrupção do fornecimento de dinheiro proveniente de impostos recolhidos dos palestinos por Israel, que são destinados à Autoridade Palestina.
A iniciativa de Lieberman foi apoiada por uma série de ministros israelenses, que defendem a anexação de colônias localizadas em territórios reivindicados pelos palestinos. O ministro de Proteção Ambiental, Gilard Erdan, alertou aos outros países que as ameaças de Israel devem ser seriamente consideradas. “Nesse caso, Israel deveria também aproveitar a oportunidade e anunciar que anexará os assentamentos judeus na Cisjordânia”.
No entanto, um dos líderes da oposição, o deputado Ronnie Bar-On, do centrista Kadima, afirmou que as aeaças do governo são ridículas: “Alguém realmente acredita que os acordos de Oslo serão cancelados e , mais uma vez Israel iria governar uma população palestina gigantesca?”
Abbas afirmou na segunda-feira (12) que aceitará voltar a negociar com Israel após o reconhecimento internacional.
Texto do Opera Mundi.
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