Em nova investida, polícia da Grécia prende jornalista
Apresentador de TV detido disse ter papéis que comprometem governo
No fim de semana, editor que publicou lista de correntistas na Suíça foi acusado de violar dados sigilosos
RODRIGO RUSSO
DE LONDRES
Em nova investida contra jornalistas, a polícia grega prendeu ontem o apresentador Spyros Karatzaferis, que havia anunciado ter em mãos documentos comprometedores para o governo do país.
Karatzaferis disse que os papéis haviam sido obtidos de servidores do Ministério da Fazenda pelo grupo de hackers Anonymous.
Segundo o jornalista, entre os papéis estavam trocas de e-mails dos funcionários da pasta com representantes da "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI), que negociou o pacote de resgate ao país.
Um integrante da polícia disse à agência de notícias Efe que a prisão de Karatzaferis não tinha relação com a divulgação dos documentos, mas com críticas feitas ao sistema judicial há alguns anos.
SÉRIE DE PRISÕES
A afirmação é pouco crível, porque, desde domingo, três pessoas foram detidas e dois jornalistas despedidos por divulgar dados.
O primeiro a ser preso foi Kostas Vaxevanis, diretor da revista "Hot Doc", que publicou lista com 2.059 nomes de cidadãos gregos com contas bancárias na Suíça, suspeitos de cometer evasão fiscal.
O documento estava com autoridades policiais há pelos menos dois anos, sem qualquer investigação.
Na terça-feira, dois jornalistas de uma emissora pública foram despedidos depois de mostrarem reportagem com anarquistas torturados pela polícia após briga com militantes do partido de extrema direita Aurora Dourada. A legenda conseguiu cadeiras no Parlamento pela primeira vez desde a queda do regime militar, em 1974.
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