Seis PMs são presos suspeitos de chacina na zona sul de SP
Grupo é investigado pela morte de 7 homens no Campo Limpo; 2 ficaram feridos
Detidos negam o crime; motivação foi filmagem de homicídio cometido por outros 5 policiais, segundo investigação
Seis policiais militares foram presos sob a suspeita de participação na chacina que vitimou sete pessoas no dia 4 de janeiro no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.
Na ocasião, dez homens encapuzados desceram de quatro carros e atiraram no grupo, que estava em um bar. Dois homens se feriram.
O crime ocorreu dois meses após um cinegrafista amador flagrar cinco PMs assassinando um servente de pedreiro que estava desarmado e já havia sido rendido por eles.
A principal linha de investigação é que a chacina foi uma forma de vingar a prisão dos PMs filmados cometendo o crime. O cinegrafista não estava entre as vítimas.
As prisões temporárias (de 30 dias) ocorreram ontem. Os seis PMs eram do 37º Batalhão, o mesmo em que agia o grupo de extermínio conhecido como Os Highlanders, acusado de 12 mortes, sendo cinco delas por decapitação.
A Corregedoria da PM e o departamento de homicídios chegaram aos policiais por causa dos 57 projéteis que foram encontrados no bar.
Três projéteis encontrados no chão e outros três em corpos de vítimas eram, segundo a polícia, de uma arma que estava com o soldado Gilberto Erick Rodrigues, 24.
Na coronha de uma espingarda calibre 12, da PM, os peritos constataram que havia vestígios de sangue humano. Conforme o laudo necroscópico, Laércio Grimas, o DJ Lah, levou uma coronhada na cabeça antes de ser baleado. A suspeita é que essa arma o tenha atingido.
Como essa espingarda deixou o quartel sem um registro oficial na noite do crime, o soldado Anderson Francisco Siqueira, 36, responsável na ocasião pelo local onde as armas ficam guardadas, foi preso.
PLACAS FALSAS
Dois dias após a chacina, o soldado Fábio Ruiz Ferraz, 29, registrou um boletim de ocorrência dizendo que sua arma fora roubada. Suspeitando do fato, os investigadores fizeram uma busca na casa dele e apreenderam toucas ninjas e três placas falsas usadas pelos carros dos assassinos.
Também foi detida a primeira equipe que chegou ao local depois do crime, formada por três PMs da Força Tática. Ela é suspeita de dar cobertura para os atiradores.
Segundo a polícia, o sargento Adriano do Amaral, 40, a cabo Patrícia Santos, 36, e o soldado Carlos Alvarez, 38, desligaram o aparelho localizador do carro por 54 minutos no horário do crime e recolheram parte das cápsulas antes dos peritos chegarem.
À polícia, os seis PMs negaram participação no crime.
Ao menos mais quatro pessoas, entre elas PMs, ainda estão sendo investigadas.
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