Fama e beleza escondiam a grande atriz Elizabeth Taylor
RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA
Beleza e fama nunca foram um fardo para Elizabeth Taylor. Mas, em sua carreira, a combinação desses fatores talvez tenha atrapalhado o reconhecimento de Liz como a grande atriz que foi.
Estrela mirim que estreou no cinema aos nove anos e que nunca teve um treinamento formal, Taylor se definia como uma atriz intuitiva. Mas isso nunca impediu que ela se tornasse uma intérprete versátil, que se arriscava em papéis que exigiam muito mais que beleza.
Em seu currículo, há uma mulher rechaçada sexualmente pelo marido ("Gata em Teto de Zinco Quente"; 1958) e outra que enlouquece ao ver sua paixão platônica ser literalmente canibalizada ("De Repente, no Último Verão"; 1959).
Existem ainda uma "call girl" com um trauma de infância que pula de um caso para outro ("Disque Butterfield 8"; 1960) e uma intelectual alcoólatra que, em uma noite, decide descer ao fundo do poço ("Quem Tem Medo de Virginia Woolf?"; 1966).
PAPEL SOCIAL
Embora tenha engordado para este papel e de ter passado de menina inocente a mulher voluptuosa ao longo dos anos, Taylor não era uma atriz camaleônica.
Seu método era emprestar um pouco de sua atribulada história pessoal a cada um desses personagens.
O sujeito ia ao cinema ver a beleza de Taylor e acabava trombando com aqueles personagens densos dos dramas psicológicos de Tennessee Williams ou Edward Albee.
Ou seja, ela também cumpriu uma função social: ajudou a popularizar esses e outros grandes autores.
Durante 15 anos de carreira, Taylor foi a encarnação mais concreta de um conceito abstrato: a estrela de cinema. Alguém com uma beleza quase sobre-humana, que sabia atuar, que escolhia bem os filmes e que arrastava multidões aos cinemas com seu carisma.
Claro, houve vários filmes ruins no caminho, sendo "Cleópatra" (1963) o mais problemático deles. E o fato é que, a partir de "Virginia Woolf", os momentos de brilho se tornaram mais raros.
Mas basta voltar para seus grandes filmes das décadas de 50 ou 60, os anos de ouro de sua carreira, para lembrar como a combinação de beleza e talento pode chegar à potência máxima no cinema.
Texto da Folha.com . A foto tem créditos para a AP (Associated Press, eu presumo), e é parte do filme "Disque Butterfield 8", de 1960.
CRÍTICO DA FOLHA
Beleza e fama nunca foram um fardo para Elizabeth Taylor. Mas, em sua carreira, a combinação desses fatores talvez tenha atrapalhado o reconhecimento de Liz como a grande atriz que foi.
Estrela mirim que estreou no cinema aos nove anos e que nunca teve um treinamento formal, Taylor se definia como uma atriz intuitiva. Mas isso nunca impediu que ela se tornasse uma intérprete versátil, que se arriscava em papéis que exigiam muito mais que beleza.
Em seu currículo, há uma mulher rechaçada sexualmente pelo marido ("Gata em Teto de Zinco Quente"; 1958) e outra que enlouquece ao ver sua paixão platônica ser literalmente canibalizada ("De Repente, no Último Verão"; 1959).
Existem ainda uma "call girl" com um trauma de infância que pula de um caso para outro ("Disque Butterfield 8"; 1960) e uma intelectual alcoólatra que, em uma noite, decide descer ao fundo do poço ("Quem Tem Medo de Virginia Woolf?"; 1966).
PAPEL SOCIAL
Embora tenha engordado para este papel e de ter passado de menina inocente a mulher voluptuosa ao longo dos anos, Taylor não era uma atriz camaleônica.
Seu método era emprestar um pouco de sua atribulada história pessoal a cada um desses personagens.
O sujeito ia ao cinema ver a beleza de Taylor e acabava trombando com aqueles personagens densos dos dramas psicológicos de Tennessee Williams ou Edward Albee.
Ou seja, ela também cumpriu uma função social: ajudou a popularizar esses e outros grandes autores.
Durante 15 anos de carreira, Taylor foi a encarnação mais concreta de um conceito abstrato: a estrela de cinema. Alguém com uma beleza quase sobre-humana, que sabia atuar, que escolhia bem os filmes e que arrastava multidões aos cinemas com seu carisma.
Claro, houve vários filmes ruins no caminho, sendo "Cleópatra" (1963) o mais problemático deles. E o fato é que, a partir de "Virginia Woolf", os momentos de brilho se tornaram mais raros.
Mas basta voltar para seus grandes filmes das décadas de 50 ou 60, os anos de ouro de sua carreira, para lembrar como a combinação de beleza e talento pode chegar à potência máxima no cinema.
Texto da Folha.com . A foto tem créditos para a AP (Associated Press, eu presumo), e é parte do filme "Disque Butterfield 8", de 1960.
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