sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Bruna Menconi Bonvicino (1992-2018) - Detalhista e criativa, poetisa trilhou caminho não linear

Desde criança a paulistana Bruna mostrava estar além do seu tempo. Observadora, questionava o mundo e como tudo funcionava, mas nunca quis traçar um caminho linear. "Ela enxergava. Conseguia notar o que ninguém via, o que passava batido", diz a mãe, Darly.

Estudiosa e leitora assídua, precocemente passou a expressar suas impressões em forma de poesia. Algo que, segundo o pai, Régis Bonvicino, também poeta, "brotou naturalmente" na vida dela.
Os livros de história antiga e geral e de mitologia eram os seus preferidos e, na fase adulta, contribuíram para a escolha da graduação em história.
Bruna viajou bastante, incluindo vários países, devido ao trabalho dos pais. Viajar acabou se tornando um de seus passatempos preferidos.
Quando ela tinha três anos, um amigo da família se mostrou reticente quanto a levar uma criança a uma viagem de trabalho em Paris. Bastou um pouco de contato com a garota para mudar de opinião. "Ele ficou encantado com a capacidade verbal dela. Desde pequena ela observava o mundo e tinha um raciocínio muito analítico, além de ser bastante criativa", lembra a mãe.
Bruna gostava de visitar museus e, em Nova York, encontrou seus favoritos: o Metropolitan e o MoMa.
Diagnosticada com transtorno bipolar, travou uma luta pela vida e contra a doença. "Ela queria ser ela, ser vista apenas como a moça talentosa e inteligente que era, sem estar aprisionada aos medicamentos. Seu maior sonho era ganhar o mundo", diz Darly.
Bruna estava escrevendo um livro de poesias e prestes a terminar a faculdade. Os projetos acabaram interrompidos no dia 19 de outubro, quando ela resolveu encerrar a jornada aos 25 anos. Deixa os pais e os irmãos João, Marcelo e Felipe.

Reprodução da Folha de São Paulo

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