Morreu no último sábado (29) a crítica de literatura francesa Pascale Casanova, aos 59 anos.
A causa da morte não foi especificada. Segundo o Institute for World Literature da universidade Harvard, Casanova lutava contra uma doença incurável havia dez anos.
Todos os trabalhos da autora lidam com a questão da dominação linguística. Casanova argumentava que "nacionalismo literário" era uma forma de literaturas dominadas lutarem contra a dominação no espaço internacional literário.
Casanova é autora de "A República Mundial das Letras" (440 págs., Estação Liberdade, R$ 39,90), em que a autora descreve o surgimento e desenvolvimento de um espaço literário internacional e autônomo, em oposição à instrumentalização da literatura para a construção de identidades internacionais.
Nesse espaço, há relações de poder desiguais entre as diferentes culturas, dependendo de seu "capital literário" —que pode ser medido a partir do número de obras que entraram para o cânone literário mundial.
As culturas mais antigas e mais bem estabelecidas, portanto, levam vantagens nessa medida: a francesa, a inglesa, a alemã e a russa.
Em seu último trabalho, "La Langue mondiale - Traduction et domination" (144 págs., Le Seuil, "A Língua Mundial - Tradução e Dominação), de 2015, Pascale analisa o papel da tradução como uma arma contra a dominação e como uma forma de acumulação simbólica de capital.
Antes de se dedicar inteiramente à academia, Pascale foi uma das críticas literárias mais ativas da mídia francesa.
Reprodução da Folha de São Paulo.
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