quinta-feira, 29 de março de 2012

Aos 88 anos, morre o escritor Millôr Fernandes


Aos 88 anos, morre o escritor Millôr Fernandes

Corpo será velado a partir das 10h de amanhã no Rio de Janeiro


Aos 88 anos, o escritor Millôr Fernandes morreu por volta das 21h dessa terça-feira em casa, no bairro Ipanema, no Rio de Janeiro. O motivo seria falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. O corpo será velado a partir das 10h desta quinta-feira no Cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado às 15h no Crematório da Santa Casa.

O escritor chegou a ser internado por cinco meses no ano passado, na Casa de Saúde São José, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. Millôr foi um dos fundadores do jornal O Pasquim e um dos representantes da imprensa nanica, que levou o humor às publicações alternativas na época da forte censura do Regime Militar. 

Biografia


Nascido em 16 de agosto de 1923, no Rio de Janeiro, Millôr assim foi registrado devido a uma caligrafia duvidosa, pois deveria se chamar Milton Viola Fernandes. A data de nascimento oficial é 27 de maio de 1924. Aos dez anos de idade vendeu o primeiro desenho para a publicação O Jornal do Rio de Janeiro, pelo qual recebeu dez mil réis. 

Em 1938 começou a trabalhar como repaginador e contínuo no semanário O Cruzeiro. No mesmo ano ganhou um concurso de contos na revista A Cigarra, sob o pseudônimo de "Notlim". Algum tempo depois assumiu a direção do periódico, onde também publicou a seção "Poste Escrito", agora assinada por "Vão Gogo".

Em 1941 voltou a colaborar com a revista O Cruzeiro, continuando a assinar como "Vão Gogo" na coluna "Pif-Paf", o que fez ao longo de 18 anos. A partir daí passou a conciliar as profissões de escritor, tradutor (autodidata) e autor de teatro.

Já em 1956 dividiu a primeira colocação na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhista norte-americano Saul Steinberg. Em 1957, ganhou uma exposição individual de suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Dispensou o pseudônimo "Vão Gogo" em 1962, passando a assinar "Millôr" em seus textos no O Cruzeiro. Deixou a revista no ano seguinte, por conta da polêmica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica.

Em 1964 passou a colaborar com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo prêmio do Salão Canadense de Humor. Em 1968 começou a trabalhar na revista Veja, e em 1969 tornou-se um dos fundadores do jornal O Pasquim.

Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de voltar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio. Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre estas, clássicos de Sófocles, Shakespeare, Molière, Brecht e Tennessee Williams.

Depois de colaborar com os principais jornais brasileiros, retornou à Veja em setembro de 2004, deixando a revista em 2009 devido a um desentendimento acerca da digitalização de seus antigos textos, publicados sem autorização no acervo on-line da publicação.

Atualmente, mantinha um site pessoal e seu perfil no Twitter tinha mais de 360 mil seguidores. 


Notícia vista no Correio do Povo

Cobertura na Folha.com

Notícia relacionada no G1.

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