meu pai apostava o feijão no futebol
tinha drible ligeiro, batia forte na bola
eu apostei a vida no poema
nas promessas que ele inventava
cada um escolhe o deus
que nos salva e condena
nunca acertamos um milhar
nenhuma pule premiada
não houve livro na lista dos mais
vendidos nada no jogo do bicho
no fim sobramos dois vagabundos
esperando explodir o fim do mundo
ele cansou, partiu primeiro, enquanto
eu vou indo, de domingo a domingo
pagando o preço do precipício que
é viver sem ter mais nada a perder
Poema de Jorge Augusto publicado na revista piauí de novembro de 2023, edição 206.
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