O marechal Paulo Guedes voltou a anunciar seus planos econômicos caso o capitão Jair Bolsonaro seja eleito. "Para dar mais eficiência ao gasto público, o primeiro passo será uma fusão entre Exército, Marinha e Aeronáutica. Faremos downsizing das Forças Armadas e concentraremos tudo num único CNPJ. Em seguida, faremos um IPO", defendeu.
Conforme frisou em sua sabatina à GloboNews, Guedes está empenhado em zerar o déficit público em um ano vendendo estatais e terrenos do governo federal. "Aqueles latifúndios das Forças Armadas na Urca —com vista para o Pão de Açúcar— dariam lugar a portentosos condomínios de luxo. Isso sem falar nas praias particulares. O Hotel de Trânsito Forte Imbuhy de Oficiais, em Niterói, por exemplo, daria um Club Med dionisíaco."
Em contrapartida, o guru prometeu construir a Cidade do Exército numa região mais barata da cidade para concentrar todas as funções administrativas. "É uma ideia que pode se replicar em todas as cidades do Brasil." Após ajeitar os óculos, completou: "Tenho para mim que talvez não faça mais sentido os militares ocuparem nossa valorizada costa para nos proteger dos ataques de caravelas".
Em linha com a reforma trabalhista de Michel Temer, o Posto Ipiranga sugeriu terceirizar todos os funcionários da Forças Armadas. "Fechamos um acordo para importar mão de obra chinesa. Além de economizar drasticamente nos salários, vamos cortar adicional militar, adicional de habitação, adicional de compensação orgânica, adicional de permanência, gratificação de localidade especial, gratificação de representação, auxílio-fardamento, auxílio-natalidade, assistência pré-escolar, adicional natalino e as pensões para filhas de militares", salientou o papa do liberalismo que orientará Bolsonaro. "Segundo a revista Exame, o peso do militar federal é 16 vezes maior no prejuízo da Previdência do que o de um segurado do INSS. Vamos resolver vários problemas ao mesmo tempo."
Em seguida, Paulo Guedes antecipou críticas ao bater continência para a frase lapidar de Bolsonaro: "O militar terá que escolher entre mais direito e menos emprego, ou menos direito e mais emprego".
Texto de Renato Terra, na Folha de São Paulo.
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