A tradutora Lia Wyler, famosa por ter vertido para o português os sete livros da série "Harry Potter", morreu na manhã desta terça-feira (11), em sua casa no Rio de Janeiro. A causa exata da morte não foi divulgada, mas Wyler já estava debilitada há alguns anos, depois de sofrer dois AVCs. Ela tinha 84 anos.
O velório da tradutora será nesta quarta (12), às 8h, no cemitério São João Batista, no Rio. O sepultamento está marcado para 10h30.
Com os três primeiros livros da série "Harry Potter", ela ganhou prêmios como Monteiro Lobato e o selo de "altamente recomendável" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, ambos em 2001, entre outros troféus.
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Sua tradução da história de Harry é conhecida por criar versões em português para nomes próprios e palavras inventadas por Rowling, seja de locais ou poções mágicas. É assim que o "Knight Bus", ônibus da série, no Brasil se chama "nôitibus", ou o vendedor de varinhas mágicas, o Mr. Olivanders, ganha o nome de Senhor Olivaras.
Além da saga de J. K. Rowling e outras obras infantojuvenis, ela traduziu para o português a obra de grandes autores do século 20, como John Updike, Saul Bellow e Joyce Carol Oates. Também escritores como Margaret Atwood, Norman Mailer, Isaac Bashevis Singer e Conan Doyle, entre outros.
Lia Carneiro da Cunha Alverga Wyler nasceu em Ourinhos, no interior de São Paulo, mas radicou-se no Rio, onde se formou no curso de letras português-inglês, com especialização em tradução.
Começou a traduzir ainda nos anos 1970, em vários gêneros, como ficção literária e comercial, divulgação científica, verbetes de enciclopédias etc. Nos anos 1990, chegou a ser presidente do Sindicato Nacional dos Tradutores. Um de seus livros, "Línguas, Poetas e Bacharéis", de 2003, é usado até hoje nos cursos de tradução.
Por Mauricio Meireles, na Folha de São Paulo.
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