WASHINGTON, 27 Fev 2012 (AFP) -Pessoas mais ricas e de classes elevadas
são mais propensas do que as de renda mais elevada a ter comportamentos
antiéticos, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados
Unidos.
A pesquisa, realizada em sete etapas por psicólogos da
Universidade da Califórnia em Berkeley e da Universidade de Toronto,
analisou o comportamento das pessoas por meio de uma série de
experiências.
Motoristas de carros caros, por exemplo, se
mostraram mais propensos a violar as leis em interseções e a interromper
a travessia de pedestres do que os condutores de automóveis mais
baratos.
Em um outro teste que usou um jogo de dados, quando
percebiam a chance de ganhar um prêmio, as pessoas que se
autodenominaram como pertencentes a classes socioeconômicas altas se
mostraram mais propensas do que o resto a mentir e a dizer que tiraram
números maiores do que efetivamente fizeram.
Pessoas de classes
mais altas também demonstraram ser menos propensas a dizer a verdade em
uma negociação hipotética de emprego, na qual atuaram como empregadores
tentando contratar alguém para um trabalho que sabiam que seria
encerrado em breve.
E quando receberam um recipiente com doces,
que os pesquisadores informaram ser para crianças que participavam de
experiências em um laboratório vizinho, os mais ricos tiraram mais balas
do que os demais, quando informados que poderiam pegar algumas.
"A
busca do interesse próprio é uma motivação mais fundamental na elite da
sociedade e o desejo aumentado, associado a maior riqueza e status
podem promover más atitudes", destacou o estudo, publicado no periódico
especializado Proceedings of the National Academy of Sciences.
Uma
série de fatores "pode dar origem a um conjunto de normas culturalmente
partilhadas entre indivíduos da classe alta que facilita um
comportamento antiético", acrescentaram os pesquisadores.
Os
autores sugeriram que os mais ricos seriam mais independentes do que os
outros e, portanto, menos preocupados com o julgamento dos demais acerca
de suas ações do que os mais pobres.
Os mais ricos também
parecem ser mais focados em suas metas, veem a ganância de forma mais
positiva e têm sentimentos mais fortes de auto-indulgência, o que "pode
dar forma à desatenção com relação às consequências das nossas atitudes
com relação aos demais", revelou o estudo.
Notícia da AFP vista no UOL Tecnologia.
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